7 May 2008

De volta as fontes

Fico pensando: como irei lidar novamente com a neurose comum que ataca o meio arquitetônico mineiro (entenda-se o conjunto não harmonioso composto por professores, arquitetos, estudantes e outros profissionais verborrágicos).

Digo neurose referindo-me a uma conjunção de características comuns que atacam a maior parte desses caracteres: a primeira delas é a busca incessante pela aparência de cosmopolitismo em arquitetura, busca que se reflete em opiniões copiadas, em cópias bastardas de projetos, e em eventos sociais e acadêmicos vazios ou de importância inventada imitando algum evento exterior; a segunda é a desagradável necessidade que muitos desses caracteres têm por uma propaganda de suas pessoas e de seus produtos, numa busca agressiva por clientela.

Cansativo, muito cansativo.

Depois de 4 anos observando o que um país endinheirado pode fazer e não fazer em termos de arquitetura, minha vida ficou livre da algaravia histérica desse millieu neurótico mineiro, e as discussões sobre arquitetura que aconteceram por aqui ficaram mais calmas, serenas, com sentido e longe da auto-afirmação e auto-promoção baratas que eu sempre vi nos discursos sobre arquitetura em Minas Gerais.

Ao voltar, estou me prometendo a, de duas uma, fazer um voto de silêncio relativamente a esse povo estranho ou a fundar a mais séria barreira crítica para preservar alguma qualidade nas coisas que gosto de ler e estudar em arquitetura. Talvez a segunda, pois não pretendo deixá-los reduzir o meu prazer pela arquitetura.
Alguns arquitetos mineiros, mesmo nao parecendo, ainda gostam de poses como o arquiteto do filme "The fountainhead".

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