Certa vez li num editorial da revista Vão Livre que a obra de um certo arquiteto "ecoava" sobre a cidade.
Nada mais eufêmico para se referir às cópias bastardas feitas a partir da obra dele, numa arquitetura de 30 anos de ruindades.
Agora, vejo minha dissertação de mestrado "ecoando" por aí.
Especifico a seguinte passagem que encontrei pela net:
"Pode-se inferir que há três modos de conexão entre as edificações e as ruas: no primeiro, o que conta é o aspecto funcional, em que pese o trânsito de pessoas e objetos de um ponto a outro; no segundo, há o suporte a questões técnicas, como esgotamento de águas utilizadas nas edificações ou, mesmo, o abastecimento de energia elétrica; e no terceiro, o modo simbólico estabelece a relação de identidade entre as edificações e seu entorno imediato, sua vizinhança."
Na minha dissertação (veja abaixo a referência), disponível desde 1998 na Biblioteca Central e da EAUFMG , à página 15 eu escrevi:
"Pode-se dizer que a casa solicita a rua de três modos: um modo funcional, através do trânsito das pessoas, dos objetos e do abastecimento dos recursos necessários à vida de seus moradores. De um modo técnico, na construção, manutenção e limpeza de passeios, sarjetas, calçamento, esgotamento de águas, iluminação, arborização, etc.. De um modo simbólico ela é tomada como parte da identidade individual que a casa oferece, de forma localizada, acessível e relacionada à coletividade."
O mais estranho é que autor fez a referência a meu texto e a um conceito que eu criei, e não citou - e creio nem citará jamais - a fonte.
É triste ver esse tipo de "eco" pervasivo nos mais recônditos ninhos de plágio de idéias e formas. Sabendo-se a fonte, era de se esperar.
Minha dissertação é
Souza, R.C., A rua e a sua habitabilidade: Moradores e Espaço Urbano em Situação de Conflito, in Curso de Mestrado em Arquitetura da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais. 1998, Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte. p. 172.
"Pode-se inferir que há três modos de conexão entre as edificações e as ruas: no primeiro, o que conta é o aspecto funcional, em que pese o trânsito de pessoas e objetos de um ponto a outro; no segundo, há o suporte a questões técnicas, como esgotamento de águas utilizadas nas edificações ou, mesmo, o abastecimento de energia elétrica; e no terceiro, o modo simbólico estabelece a relação de identidade entre as edificações e seu entorno imediato, sua vizinhança."
- DIADORIM CULTURAL (ver no Google Sidewiki)
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